
O título deste livro (veja a seção Na Estante) origina-se de uma frase, hoje de domínio público, atribuída a Dedeu, um baiano que foi campeão pelo Náutico em 1974. Ele me garantiu, certa vez que jamais a pronunciou. Como gostava de tirar onda com todo mundo no clube, terminaram dando-lhe a autoria da expressão. O episódio, segundo o que se conta, teria se passado às vésperas de um jogo em que o ponta direita era desfalque certo no alvirrubro pernambucano. Ao ser abordado sobre o assunto por um repórter, Dedeu teria respondido:
- Não tem problema, comigo ou sem migo o Náutico vai vencer.
Contava Dedeu que isso aconteceu no Atlético Mineiro, e o uruguaio Cincunegui , que atuou no Galo antes de defender o Timbu, jogou a pecha nas suas costas, principalmente por causa dos lances engraçados em que se metia. A bem da verdade nunca, nunca foi citado o nome do reportes pernambucano que ouviu Dedeu pronunciar tal frase, mas o fato é que existe um verdadeiro manancial de histórias e estórias tendo o jogador baiano como personagem.
A versão que parece mais correta foi dada por alguém que teve grande importância na carreira de Dedeu, o múltiplo Alberto Damasceno – jornalista, treinador, dirigente e empresário de futebol no Ceará – responsável por sua ida para o Guarany, de Sobral, depois de vê-lo defendendo o o Botafogo baiano contra o Leôncio, numa preliminar na Fonte Nova.
Conta Alberto, em seu livro Presepadas no mundo da bola, que, por causa de uma contusão, o veloz ponta-direita estava fora de um jogo em que o Guarany enfrentaria o Fortaleza. O encontro era no Estádio Presidente Vargas. Mesmo sem condições de atuar, ele viajou com a delegação. No estádio, foi entrevistado por uma rádio:
- Aqui conosco, o ídolo sobralense! O ponta Dedeu nos explica agoracomo vai jogar o Guará sem ele.
A resposta veio em cima da bucha:
- Boa tarde, ouvintes! Eu quero explicar que o Guarany não vai mudar nada. Vai jogar a mesma bola, comigo ou sem migo.
Comentarios