Aventura e emoção. A história da nadadora Yusra Mardini
© ACNUR/Susan Hopper
O Começo
O filme, As nadadoras, do diretor Sally El Hosaini, lançado em novembro do ano passado, conta a incrível história da nadadora Yusra Mardini, nascida 5 de março de 1998, em Darayya, Síria e sua irmã Sarah Mardini.
Criada em Damasco, a vida de Yusra no esporte começou cedo. Tendo o apoio do Comitê Olímpico sírio, em 2012, Mardini representou a Síria no Campeonato Mundial de Natação em piscina curta em várias modalidades: 200m medley, 200 m livre e 400 m livre.
A Aventura
No entanto, após anos de guerra civil e tendo presenciado o bombardeio do centro olímpico, em 2015, onde ocorriam as competições, causando a sua destruição, Yusra, com o apoio da família, tomou a decisão de fugir da Síria, na companhia da sua irmã Sarah. As duas foram até o Líbano e de lá partiram para a Turquia. Daí, viajaram para a Grécia em um bote com outros 18 refugiados. A embarcação que tinha espaço para apenas 7 ou 8 pessoas, teve o motor quebrado, no meio do Mar Egeu. Quando o barco começou a encher de água e diante do risco de uma tragédia, as irmãs, e outra tripulante que sabia nadar, empurraram o bote a nado por mais de 3 horas até chegarem à ilha grega de Lesbos. Depois partiram a pé para Berlim, na Alemanha.
“Algumas pessoas não sabiam nadar. Teria sido vergonhoso se as pessoas em nosso barco tivessem se afogado. Eu não iria ficar sentada e reclamar que eu poderia me afogar”, disse Yusra.
Na capital alemã, a nadadora foi recebida pelo treinador Svend Spannekrebs, no clube de natação Wasserfreunde Spandau 04. Reconhecendo o potencial de Yusra, o treinador a incentivou para participar das Olimpíadas do Rio de Janeiro de 2016.
No RIo de Janairo, Yusra Mardini competiu sob a bandeira do time de Atletas Olímpicos Refugiados. Ela venceu uma bateria de 100m contra quatro outros nadadores, com o tempo de 1:09:21 ficando em 41º lugar entre os 45 participantes. (“Yusra Mardini – Wikipédia, a enciclopédia livre”)
“Decidimos ajudá-los a fazer seu sonho de excelência esportiva tornar-se realidade, mesmo quando eles têm de fugir da guerra e da violência", disse Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI).
Outras conquistas
Em 2017, ela foi indicada Embaixadora da Boa Vontade para a Agência de Refugiados da ONU, sendo a mais jovem da história.
Em 2018, ela lançou o seu livro, chamado "Butterfly" (Borboleta)
Participou dos Jogos Olímpicos em Tóquio 2020, em 2021, como porta-bandeira do Time Olímpico de Refugiados do COI.
Ela fez sua última aparição como parte do time de refugiados no Mundial de Esportes Aquáticos de 2022, em Budapeste, na Hungria.
Após receber a cidadania alemã, Mardini não é mais elegível para o time de refugiados. Ela não descartou a possibilidade de tentar a classificação para os Jogos Olímpicos Paris 2024.
A nadadora síria foi nomeada pela revista People como uma das 25 mulheres que estão mudando o mundo e uma das 30 adolescentes mais influentes da revista Time de 2016.
A história da nadadora Yusra Mardini é mais uma das muitas histórias que o esporte nos proporciona, emociona e ensina. Na maioria delas, estão representados valores humanos, a capacidade de superação e a paixão que o esporte é capaz de despertar. A história contada em As nadadoras é um belo exemplo das capacidades humanas desenvolvidas por meio do esporte.
Disponível na NETFLIX (trailler oficial)
Excelente resenha. Vou assistir com muito interesse. Grato, amigo Dema.