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O gol de Wendell e o "Foot-ball mulato"


O gol escolhido como o melhor de 2015 pela FIFA foi do brasileiro Wendell Lira, que recebeu o Prêmio Puskas. O jogador, atualmente no Vila Nova de Goiás, incluiu o seu nome no grupo seleto, globalizado, de craques onde estão alguns dos melhores jogadores do mundo, como Cristiano Ronaldo, Neymar, Ibrahimovic e James Rodriguez.


O gesto para marcar o gol vem sendo chamado de “meia bicicleta”, o que é pouco para descrevê-lo. O gol teve ingredientes diferentes, como os dois passos para trás e o giro com salto para o lado esquerdo antes da finalização. Os movimentos rápidos e acrobáticos, a visão do gol, e a decisão do chute são parte do encanto da jogada, onde Wendell parece flutuar. Uma “pintura” de gol.


Lances assim, nos faz lembrar o sociólogo pernambucano Gilberto Freyre que escreveu sobre o “Foot-ball mulato”, em artigo publicado no Diário de Pernambuco no dia 18 de junho de 1938, era o seu primeiro texto sobre o assunto. Nesse período, Gilberto Freyre dizia que “o modo brasileiro de jogar convertia o ‘jogo britanicamente apolíneo’ em dança ‘dionisíaca’, incorporando à sua técnica ‘o pé ágil mas delicado’ do capoeira e dançarino de samba”. * E, sem dúvidas, também do frevo.


O gol de Wendell ilustra o pensamento de Gilberto Freyre.

*Leia sobre o tema em: “Veneno remédio, o futebol e o Brasil”, de José Miguel Wisnik, Companhia das Letras; BARRETO, Túlio Velho. Gilberto Freyre e o futebol-arte. Revista USP, São Paulo, SP, v. 62, p. 233-238, 2004.

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