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O Mal-estar dos Escolares: A negligência na Formação Integral dos Jovens

Atualizado: 25 de out.

O exemplo do Chile escancara o atraso brasileiro na promoção da saúde do escolar.


Jovens praticando corrida numa pista de atletismo usando roupas coloridas
O importante papel da atividade física na formação do escolar
  • Chile aprova lei inovadora: 60 minutos diários de atividade física obrigatória em todas as escolas, da pré-escola ao ensino médio.

  • Motivação baseada em dados: Pesquisa Nacional de Atividade Física e Esporte de 2024 revelou queda preocupante nos níveis de atividade física entre crianças e adolescentes.

  • Ambiente escolar como espaço de bem-estar: A nova legislação reconhece a importância da circulação e recreação como parte essencial do aprendizado.

  • Brasil em contraste: Apesar das recomendações internacionais, o Novo Ensino Médio torna a Educação Física opcional, ignorando seu papel no desenvolvimento integral.

  • Dados alarmantes: Mais da metade dos adolescentes brasileiros entre 13 e 15 anos não atingem o nível mínimo recomendado de atividade física.


A nova lei aprovada no Chile

O Congresso Nacional do Chile, no 17 de outubro de 2025, aprovou definitivamente a lei que institui 60 minutos diários de atividade física e exercícios regulares em todos os estabelecimentos de ensino do país, da pré-escola ao ensino médio.

A nova lei aprovada foi motivada pelos resultados da Pesquisa Nacional de Atividade Física e Esporte de 2024 , que mostraram um declínio dos níveis de atividade física nos últimos anos. A iniciativa para a realização da pesquisa foi dos ministérios do Esporte, da Educação, e da Saúde do Chile. Entre os resultados, apenas 44% dos adultos consideram-se fisicamente ativos, ou seja, realizam atividades mais de 60 minutos por dia. Homens sendo mais ativos que mulheres em contextos de lazer.

Em relação às crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos, 26,4% são fisicamente ativas. E no ambiente escolar, apenas 2 em cada 10 são ativas ou parcialmente ativas, o que significa que praticam 60 minutos de atividade física três ou mais dias por semana.

O projeto define atividade física como uma prática consistente dentro das escolas que busca "promover o bem-estar e a ativação do bem-estar físico e mental" de crianças e adolescentes.

Com esta medida, o sistema educativo incorporará permanentemente espaços de circulação e recreação, entendidos como parte essencial do processo de aprendizagem e desenvolvimento integral de crianças e adolescentes.



A questão no Brasil.

O exemplo do Chile reforça o conceito de que as escolas não são apenas lugares aonde os alunos vão para buscar desempenho acadêmico: as escolas devem nutrir ambientes que desenvolvam o todo da criança, incluindo seu bem-estar social, emocional, físico e mental.

É urgente superar a falsa dicotomia entre educação física, desenvolvimento cognitivo e aprendizagem do aluno, que minimiza o papel da educação física de qualidade no desenvolvimento holístico de toda a criança.

Apesar dos esforços das organizações nacionais e internacionais para a promoção da atividade física no contexto escolar, os gestores públicos no Brasil parecem caminhar na direção oposta. Instituições, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), manifestam o potencial que a escola possui para a formação do indivíduo fisicamente ativo e autônomo.


Jovens com camisas vermelhas de um time sorrindo abraçadosde um time

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), chancelada pelo Ministério da Educação, pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e aprovada no Congresso, permitiu que no chamado Novo Ensino Médio (Lei 13415/2017)7 as escolas oferecessem o componente curricular da Educação Física como itinerário formativo optativo para os alunos. Embora a obrigatoriedade da Educação Física esteja definida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB - Lei nº 9.394/96). a carga horária ou número de aulas semanais obrigatória não existe em nenhum documento oficial. Além disso, o percentual de aulas teóricas, que era próximo aos 70% da carga horária, dá sinais de aumento após a implantação da BNCC. O exagerado percentual de aulas teóricas é a principal contradição a ser debatida no campo da educação física.



Pesquisas sobre saúde do escolar

Enquanto a BNCC propõe objetivos genéricos para a educação física, permitindo as mais diversas interpretações e aplicações por gestores dos sistemas de ensino (redes municipais, estaduais e federal) e das próprias escolas, as pesquisas revelam quadro preocupante, mas negligenciado sobre a saúde física e mental dos escolares. 

A população de crianças e adolescentes sedentários no Brasil é preocupante. De acordo com dados recentes, cerca de 53% dos jovens brasileiros entre 13 e 15 anos não atingem o nível recomendado de atividade física.

Para ilustrar os casos do mal-estar entre os jovens escolares, um estudo relevante é a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), 2019, que investigou a saúde mental de adolescentes brasileiros entre 13 e 17 anos. Os resultados mostraram que 17,7% dos adolescentes avaliaram sua saúde mental de forma negativa. Além disso, 31,4% sentiram-se tristes na maioria das vezes ou sempre, e 40,9% ficaram irritados, nervosos ou mal-humorados. Esses dados indicam um aumento significativo do sofrimento mental entre os jovens brasileiros, com maior prevalência entre adolescentes de 16 e 17 anos e no sexo feminino.


É preciso repensar e agir

Está na hora de repensar o papel da escola na formação de nossos jovens. Que tal transformar o ambiente escolar em um espaço que cultiva não apenas o conhecimento, mas também o corpo, a mente e o bem-estar? O exemplo do Chile mostra que é possível. E no Brasil — vamos esperar mais quanto?

 

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