
O Brasil, que investiu US$ 25 milhões na construção de um laboratório para realizar testes de doping nos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, corre o risco de não poder fazê-lo, já que tem menos de três semanas para mudar a lei antidoping atual no país e adequa-la às regulamentações globais, informa a agência Reuters.
Segundo as regras da Agência Mundial Antidoping (AMA), os casos de doping devem ser tratados por um tribunal independente e especializado, ao contrário de um tribunal esportivo geral como é o processo atual no Brasil.
"Eles (Brasil) estão muito bem informados sobre o que eles têm que fazer", disse o chefe da (AMA) Craig Reedie a jornalistas em Lausanne, Suíça, na terça-feira, confirmando o prazo.
Reedy disse que o Brasil tinha assegurado a AMA que iria mudar a lei num prazo considerável. Com os Jogos Olímpicos do Rio, em agosto, a Agência estabeleceu um prazo até 18 de março para o Brasil estar em conformidade com as regras de controle de doping da organização.
No entanto, com o Brasil envolvido em uma crise política e a presidente Dilma Rousseff tendo a frente um processo de impeachmente, não há garantia de que o governo adotará a mudança necessária a tempo.
Marco Aurelio Klein, secretário nacional da Autoridade Brasileira de Doping, disse que a criação de um tribunal especial para os casos de doping poderia ser obtido por decreto presidencial, uma lei temporária, ou a edição de uma lei que está prestes a ser aprovada. Klein está preocupado com a possibilidade do Brasil perder a acreditação da AMA, mesmo tendo construído um laboratório na Universidade Federal do Rio de Janeiro, que custou mais de 100 milhões de reais.